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A vida mudou de repente.

Todos tivemos de nos adaptar.

Pequenos e graúdos.

A realidade não mudou apenas para os adultos. Mudou também para as crianças e fez mudar a relação que os adultos têm com elas, de forma a conseguirem fazer as adaptações necessárias ao desafio que também a elas foi colocado.

E essa mudança geral tem de ser inserida na nossa vida, tendo em conta as necessidades de cada um.

E algo a que muitos de nós tivemos de nos adaptar, foi conseguirmos realizar todas as tarefas e papéis associados à nossa vida profissional, enquanto os conciliamos a tempo inteiro com o papel de pais e educadores.

Nesta sessão das Conversas de Quarentena, aquilo que se pretendeu foi ajudar os pais a melhor lidar com todas as situações associadas a estas novas necessidades.

Por isso abordei os seguintes temas: como explicar a situação às crianças, como organizar o tempo e sugestões de atividades em família ou para crianças.

E aqui estão elas…

Como explicar a situação às crianças

– É fundamental que a explicação e o método escolhido sejam adaptados a cada uma das idades, mas é essencial que as crianças compreendam o que se está a passar e por que motivo a realidade que conheciam foi alterada.

– Não se esqueça que este momento vai fazer parte da história dos seus filhos, por isso é determinante que percebam o momento que estão a atravessar e que os ajude a minimizar o impacto emocional e psicológico que o mesmo tem nas suas estruturas.

– Seja criativo na forma que escolher para explicar a situação às crianças. Conte por exemplo uma história que os faça perceber. Pode procurar na internet, pois terá várias opções tanto em texto, como em vídeo ou áudio. Pode também utilizar experiências que expliquem a importância dos procedimentos de segurança a adotar (como por exemplo a experiência da pimenta na água). Fica aqui um exemplo (entre muitos): https://www.youtube.com/watch?v=-mK_bN5H_Xs

– Na explicação que der, é sempre essencial ser humilde para assumir que também se está a adaptar e a aprender a viver com esta nova realidade e que por isso farão essa evolução e transformação em conjunto. Isto estimula um sentimento de unidade e de conexão.

– Também é fundamental que esteja sempre disponível para escutar e responder a todas as dúvidas que surgirem. Não se esqueça que tudo o que ficar sem resposta, é apenas mais um ponto de confusão e, dependendo da idade da criança, isso poderá ter proporções tremendas, não só no agora, mas no futuro. O que não souber responder, admita que também tem essa dúvida e procure respostas por outras vias (mas opte sempre por meios fidedignos). Faça também algumas perguntas às crianças para garantir que não estão confusas ou perdidas perante a situação.

– Outra coisa que deve ter sempre em mente é que para cuidarmos dos nossos filhos, precisamos primeiro cuidar de nós. Tenha consciência que todas estas mudanças e alterações levam a estados de ansiedade, irritabilidade, depressão, falta de paciência, falta de atenção e stress. Isso é normal! Mas é importante que se conscientize disse e que faça o necessário para equilibrar esses estados e não se deixar arrastar por eles, arrastando consequentemente as pessoas que estão à sua volta.

– Tenha atenção à exposição das crianças à informação com a qual estamos a ser bombardeados. Muita delas serão apenas mais um foco de confusão e poderão ter um impacto emocional e psicológico que deve ser evitado.

 

Organização do tempo

 

– Mantenha rotinas. Isto deve aplicar-se a toda a família. As rotinas têm impacto não só a nível da organização diária, como também impacto emocional, pois estabelecem uma estrutura e rementem os elementos da família à normalidade.

– Analise quais as horas que conseguiu ganhar com esta alteração e com o facto de estar a trabalhar a partir de casa. Não se esqueça que já não tem os percurso casa-trabalho-casa, nem de ir levar as crianças à escola e atividades extracurriculares, nem de se deslocar para realizar as suas atividades e hobbies (como idas ao ginásio) e provavelmente não vai tantas vezes aos supermercado como ía anteriormente. Todo este tempo deve ser utilizado em atividades que promovam o relacionamento familiar e para apoiar as crianças nas suas atividades escolares.

– Faça uma distribuição eficaz de tarefas entre todos os elementos da família. Ninguém deve ficar sobrecarregado, pois isso só faria aumentar a tensão associada a este momento e não será benéfico para manter o equilíbrio familiar.

– Crie compromissos. Sente-se em família e estabeleça claramente entre todos, as tarefas pelas quais cada um fica responsável, os limites, as obrigações e as consequências. Isto fará com que todos saibam o que se espera de si e também permitirá que cada um adote os comportamentos adequados para uma melhor convivência entre todos.

– Seja criativo a adotar formas para o cumprimento dos limites, até que estes fiquem enraizados, como por exemplo a utilização de cartões com um esquema de cores ou sinalética apropriada.

– Estabeleça sempre objetivos, para que possam posteriormente avaliar o vosso dia e fazerem as adaptações necessárias.

– Privilegie as manhãs/início do dia para as tarefas mais complexas. O cérebro está mais apto nesse período do dia para dar resposta a essa complexidade e o nível de foco e atenção é sempre maior.

– Faça pausas. Elas são fundamentais para quem está a trabalhar a partir de casa e ainda mais para quem o está a fazer com crianças à sua volta. Se ambos os elementos do casal estiverem nessa situação façam pausas intercaladas para darem apoio às crianças. Tentem também flexibilizar os horários de trabalho, adotando esquemas com pausas mais longas, como por exemplo num esquema de 1h/1h30 de trabalho com 30 minutos de pausa.

 

Atividades para realizar em família ou para organizar para as crianças

 

– Caça ao tesouro: esconda vários objetos pela casa. Faça um mapa, escreva pistas ou utilize códigos como quente e frio para os ajudar a encontrar os “tesouros” que escondeu. Este tipo de atividade pode ter diferentes complexidades, ocupar diferentes períodos e pode ser adaptado para ser feito em família ou apenas pelas crianças.

– Gincanas: além de distrair as crianças, é uma ótima forma de pô-las a fazer exercício físico. Segundo a OMS, as crianças devem realizar pelo menos 1h de exercício físico por dia. Crie trajetos utilizando os objetos que tem em sua casa.

– Faça concursos de canto, de dança, de talentos, etc. É uma excelente forma de passar um bom momento em família e quem sabe descobrir talentos desconhecidos!

– Faça aulas ou sessões de culinária. As crianças quase sempre adoram pôr a mão na massa! Caso não saiba cozinha é uma boa oportunidade para o fazer em conjunto com a sua família. Existem diversos meios online para vos ajudar a adquirirem essa nova competência.

– Jogue jogos de tabuleiro. A maioria permite a participação de vários elementos e será uma boa forma de passar momentos divertidos em família. Além de muitos desses jogos terem uma componente pedagógica associada. Caso não tenha nenhum jogo de tabuleiro, junte toda a família e criem o vosso próprio jogo.

– Faça puzzles. Ajuda a trabalhar o foco e a atenção e também é uma boa forma de acalmar o stress e a ansiedade. Além de que é um excelente desafio. E os desafios são determinantes para a motivação.

– Faça sessões de leitura em família. As crianças adoram e tem sempre um lado pedagógico e cognitivo que pode ser trabalhado desta forma.

– Procure fazer todos os dias algum tipo de atividade física. Existem inúmeras opções online. Não se esqueça que segundo a OMS, os adultos devem realizar pelo menos 30 minutos diários de atividade física e as crianças pelo menos 1 hora. Sempre que possível, realize a atividade ao ar livre (numa zona com pouco movimento e perto do local de residência, na varanda, terraço ou jardim).

– Procure realizar algumas atividades artísticas em casa, como sessões de pintura ou teatro. Além de estimularem a criatividade, têm uma vertente motivacional importante.

– Promova um projeto em família. Isto vai estimular o sentimento de união e será também um fator de motivação, distração e trabalho em equipa.

– Procure ser criativo nas atividades que promove. Por exemplo, faça da mesa de refeições uma mesa de ping-pong; se não tem raquetes, utilize as mãos; não tem rede, construa com o que tiver por casa. Utilize copos de plástico e uma pequena bola (tipo ping-pong) para fazer um jogo; pontue cada copo, cada jogador tem direito a um número determinado de tentativas e quem conseguir atirar a bola e pontuar mais, ganha. O que não faltam são opções…

 

Estes são apenas alguns exemplos e dicas do que pode ser feito para ultrapassar este desafio quando tem crianças em casa.

As novas tecnologias estão aí para lhe dar mais ideias, mais opções, mais dicas e mais estratégias.

Use e abuse e torne esta situação em algo muito mais positivo e enriquecedor!

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