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Todos nós temos no nosso interior uma vozinha que nos diz: “É melhor não fazeres isso, não avançares! E se não és capaz? E se não der certo? O que os outros vão pensar de ti?”

Essa voz faz-nos duvidar muitas vezes das nossas capacidades, do caminho a seguir, das nossas qualidades e faz-nos perguntar se somos suficientes.

Este crítico interno é incentivado pela necessidade de comparação que todos nós temos: comparamos a nossa percepção da realidade, com a percepção da realidade dos outros.

Falo em percepção, pois aquilo que tomamos de forma inequívoca e confiante como sendo “A Realidade”, é apenas uma percepção da mesma e ela varia de pessoa para pessoa, consoante as suas crenças, vivências, experiências ou meio social e familiar. “O mapa, não é o território” (pressuposto da PNL).

Esta necessidade de comparação que temos, surge em grande parte por causa do sentimento de pertença e aceitação social que nos é intrínseco.

Temos a convicção que se formos iguais aos outros, somos mais bem aceites. E em parte isso é verdade!

O espelhamento, por exemplo, é uma técnica de persuasão muito utilizada nas ações com objetivo comercial (vendas, publicidade).

Esta técnica ensina-nos que, se agirmos, falarmos ou fizermos de forma semelhante ao outro, ele tem uma maior tendência para nos aceitar. E isso é verdade. É-nos natural e fazemo-lo de forma automática.

Este sentimento de pertença e aceitação social é algo que existe desde que o homem começou a viver em comunidade.

Já nas estruturas tribais tal acontecia. Grupos de homens e mulheres com as mesmas práticas de caça, os mesmos rituais, as mesmas estruturas familiares, as mesmas formas de comunicar, se juntavam em grupos distintos entre si.

Mas hoje em dia, a difusão dessas “formas de ser”, que nos fazem pertencer a “uma tribo”, tornaram-se massivas e em grande parte enganadoras.

Deixámos de presenciar os acontecimentos, tirando dessa experiência e vivência as nossas conclusões, para passarmos a olhá-los através de uma lente, que é focada no zoom pretendido, com a qualidade, o brilho, as correções e o enquadramento desejado pelo personagem que dela faz parte.

As redes sociais vieram, em grande parte, possibilitar a difusão de uma imagem adulterada, ajustada, assoberbada, exacerbada, engrandecida e maquilhada.

Se juntarmos esta possibilidade à nossa necessidade de comparação, começou-se a cultivar á escala mundial o alimento preferido do nosso crítico interno!

Este nosso ser interior, ganha peso com a comparação constante, e as redes sociais estimulam essa prática.

Essa perspetiva da realidade que nos é passada, faz-nos olhar de forma crítica, desmotivada, incapacitada e limitada para a nossa própria realidade.

Mas como combatemos isso?

Acima de tudo tenha consciência! Perceba que aquilo que vê não é a realidade, ou porque foi pintada com cores bonitas, mais brilhantes e vibrantes, ou porque é apenas a expressão da percepção de realidade do outro.

Torne claro para si, que o seu crítico interno só cresce se o alimentar. Limite-lhe as refeições e dê-lhe “alimentos pouco calóricos”, pois sem energia não conseguirá estar tão ativo.

E limite o tempo que passa nas redes sociais. O seu objetivo inicial era aproximar as pessoas e não o de o distanciar de si mesmo!

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