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Já reparou como estamos constantemente a rotular as pessoas, como se elas fossem produtos embalados, feitos com determinados ingredientes, que os irão acompanhar até ao dia em que passem a data de validade!

Mas nós não somos um produto que se possa recolher numa prateleira, que seja confecionado numa linha de produção, ao qual seja adicionado uma quantidade certa disto ou daquilo e que se o ingrediente mudar, o produto fica defeituoso.

Muito pelo contrário…

Nós somo seres com uma capacidade completamente extraordinária… a capacidade de mudança!

Muitas vezes, quando conhecemos alguém, retiramos logo as nossas conclusões (muitas vezes precipitadas) e com base nessa rotulagem, aceitamos ou não o produto que temos à nossa frente.

Mas na maioria das vezes esquecemo-nos que a leitura que fazemos, está muito mais associada aos ingredientes dos quais somos confecionados, do que aos ingredientes que identificamos como parte da composição do outro.

Nós esquecemo-nos que o que vemos como qualidades ou defeitos está mais associada à nossa definição do que é certo ou errado.

E com bastante regularidade, aquilo que criticamos nos outros e tomamos como inaceitável, é o que faz parte das nossas próprias fraquezas, incertezas ou limitações.

Quantas vezes já ouviu as pessoas dizerem “Quem é assim, não muda!”

E a crença vai-se instalando…

Mas já parou para olhar para a sua vida desde que nasceu e analisar toda a mudança que já foi feita?

Quando nasceu acreditava que tudo era possível, agora não…

Quando nasceu acreditava no amor, na bondade ou na amizade e agora tem dúvidas…

Quando nasceu, se visse algum amiguinho ou coleguinha da escola a cair, ia ter com ele, ajudava-o e tentava confortá-lo. Demonstrava empatia pelos que estavam à sua volta. E agora? É isso que faz?

Quando nasceu e se tornou criança, sonhava com o que ia ser, o que ia conquistar, o que ia alcançar. Agora acha que isso é coisa de criança!

E depois justificamos, dizendo que somos uma produção da vida e dos acontecimentos. Que eles é que nos dominam e definem. E anulamos por completo a capacidade de livre arbítrio que nos foi concedida.

Mas já que mudámos tanto desde a infância, será que não podemos fazer o caminho inverso?

Será que quando escolhemos um caminho, já não temos possibilidade de voltar para trás e fazer uma escolha diferente numa encruzilhada que nos apareça?

Para mim, essa é a verdadeira essência da vida…

Esta possibilidade infinita de nos reinventarmos, numa busca incessante de autoconhecimento, em direção ao objetivo máximo: sermos felizes!

E para sermos felizes, também acredito que não podemos rotular quem nos aparece no caminho. Pois cada uma dessas pessoas tem algo para nos oferecer: uma perspetiva diferente, uma nova vivência, experiencias distintas, crenças opostas.

Elas virão acrescentar, se não lhes fecharmos de imediato a porta, uma pitadinha de sal, pimenta ou novas especiarias à nossa confeção. E isso vai muitas vezes estimular a nossa mudança e promover a nosso autoconhecimento.

Nós não vivemos, nós convivemos!

Ninguém vive só neste mundo, mesmo no meio da solidão.

Nós somos um produto do mundo que está à nossa volta e são essas possibilidades infinitas que permitem que cada um de nós construa uma imagem muito mais definida e clara do nosso próprio eu.

Por isso não feche as suas portas, não condicione os seus ingredientes, nem rotule o mundo à sua volta.

Irá descobrir uma imensidade de possibilidades, que nem sabia que existiam…

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